Convento das Chagas de Lamego

Description level
Fonds Fonds
Reference code
PT/ADVIS/MON/CVLMG
Title type
Atribuído
Date range
1501-04-24 Date is certain to 1906-05-11 Date is certain
Dimension and support
57 liv.; 963 doc.
Extents
57 Livros
Biography or history
O Convento das Chagas de Lamego, da ordem Clarissa, foi instituído em 1588.

A ideia da fundação de um mosteiro de freiras em Lamego já vinha de longa data, face às exigências das famílias nobres desejosas duma casa onde pudessem recolher as filhas. Deu-lhe corpo D. António Teles de Meneses movido, provavelmente, pela circunstância de ter 7 irmãs religiosas clarissas no convento de Monchique, no Porto, suficientes só elas para constituírem uma comunidade. O dote que permitiu a edificação deste convento consta do documento do ADV, com a cota liv. 3/19, f. 1-16.

Para igreja escolheu a capela de São Sebastião, no Largo do Tablado, depois de ampliada e, em 1588, no dia de Santa Catarina (25 de Novembro), foi lançada a primeira pedra do edifício do convento.

Por breve de Sisto V, passado a 6 de Maio de 1589, D. António ficou habilitado a proceder à mudança das irmãs, do Porto para Lamego e a constituir a primeira comunidade sob a regra de Santa Clara, com a cláusula de a mesma ficar sujeita ao ordinário do lugar e de uma das irmãs do fundador desempenhar o cargo de abadessa.

A tomada de posse, realizada com toda a solenidade, deu-se a 11 de Novembro de 1590. O Padre André Lourenço redigiu os estatutos, assinados e selados por D. António a 18 de Março de 1591. A primeira abadessa foi D. Joana da Conceição, irmã do fundador.

Com a morte deste, o seu sucessor, D. Martim Afonso de Melo, recusou-se a entregar o legado destinado ao suporte de 4 lugares gratuitos consignados nos estatutos a favor das filhas de Luís da Silva de Meneses, sobrinho do fundador. Mas, a 22 de Agosto de 1602, D. Luís da Silva conseguiu sentença a seu favor. Porém, os influentes herdeiros de D. António Teles foram mais longe nas suas pretensões, tentando mesmo subtrair o convento à jurisdição do ordinário do lugar. A querela arrasta-se até 10 de Setembro de 1611. Quando finalmente foi conseguido um acordo entre as partes, a estrutura do convento estava abalada.

Em Julho de 1630, após a morte da última irmã de D. António, ocupou a cadeira abacial Dona Catarina da Cruz.

Em 1651 a insubordinação das religiosas manifestou-se, de novo, na questão da escolha do capelão.

Também o comportamento, costumes, opulência e modo de vestir e de agir foram sendo objecto de reparos, ao longo dos anos. Na 2.ª metade do século XVII ressalta, apenas, a imagem negativa da vida da comunidade. Porém, esta tornou-se famosa na cidade não só pela perfeição na confecção de doçaria mas, principalmente, na execução dos trechos musicais durante as solenidades religiosas. Também algumas freiras se distinguiram como pintoras.

A partir de 1687, as noviças admitidas de novo deviam ser convenientemente doutrinadas, no sentido de praticarem a caridade, a humildade e a obediência. Pretendia-se, assim, acabar com a magnificência e a rebelião das religiosas.

Em 1793 uniu-se-lhe o Convento de Barrô e D. João VI viria a conceder-lhe várias regalias.

Deste convento resta apenas o templo das Chagas.
Custodial history
Livros entrados no Arquivo aquando da sua criação, em 1932
Acquisition information
Incorporação
Scope and content
Constituído por documentação relativa a órgãos dirigentes, administração eclesiástica, património e administração patrimonial
Arrangement
Ordenação cronológica, por série
Language of the material
Português
Other finding aid
Guia, inventário e catálogo
Creation date
3/13/2009 12:00:00 AM
Last modification
12/10/2012 3:15:23 PM